Pouca gente percebe o quanto a forma como reagimos emocionalmente, nos relacionamos com os outros ou encaramos a vida tem raízes profundas no que vivemos na infância. Antes mesmo de sabermos falar, já estamos formando crenças sobre quem somos e como o mundo funciona. Essa fase inicial da vida não é apenas um período de crescimento físico ou aprendizado básico: é uma etapa onde tudo o que sentimos é registrado emocionalmente e serve de base para a construção da nossa identidade.
Não somos seres lógicos nos primeiros anos de vida. Somos essencialmente emocionais. O que sentimos se torna verdade. E essa verdade emocional vai moldando nossa percepção sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre o mundo. Desde a concepção até a chamada “idade da razão” (cerca de sete anos), estamos sendo programados por meio das nossas experiências e das emoções que elas despertam.
Esse processo acontece de forma inconsciente. O ambiente emocional ao qual somos expostos tem um impacto profundo: os gestos, as palavras ditas e não ditas, os silêncios, as presenças e ausências… Tudo isso compõe o “clima afetivo” que nos modela. As emoções mais intensas, sejam de dor ou de afeto, marcam mais profundamente. E, quanto mais intensa a experiência emocional, mais forte e duradouro é o registro que ela deixa.
A partir dessas vivências emocionais, passamos a construir uma narrativa interna sobre quem somos. Se fomos amados, sentimo-nos dignos de amor. Se fomos ignorados, podemos formar a crença de que não somos importantes. Essas crenças formadas na infância se transformam em verdades internas, moldando comportamentos, expectativas e reações automáticas que levamos para toda a vida. Por isso, é correto afirmar: somos uma programação mental.

Infância, a fase de absorção emocional.
As Emoções que nos programam.
A base da nossa identidade emocional é formada muito antes de termos compreensão racional das coisas. Ainda bebês, somos atravessados por sensações e sentimentos que moldam nossa vivência do mundo. Um toque afetuoso, o tom de voz dos pais, a expressão facial dos adultos à nossa volta. Tudo isso é absorvido por nosso sistema nervoso como informações emocionais que serão registradas em níveis profundos.
Essas experiências se tornam as primeiras verdades que construímos sobre a vida. O problema é que a criança não tem um senso crítico desenvolvido para interpretar o que está vivendo. Ela apenas sente. E aquilo que sente, transforma em uma verdade absoluta. Se sente medo, passa a acreditar que o mundo é perigoso. Se sente rejeição, internaliza que não é digna de amor. E assim, mesmo sem entender logicamente o que está acontecendo, a criança registra profundamente em sua memória emocional cada uma dessas vivências.
A neurociência mostra que as emoções têm papel fundamental na formação da memória. Emoções intensas produzem mais conexões neurais e consolidam registros mais duradouros. Por isso, memórias marcadas por dor ou prazer profundo tornam-se parte estrutural do nosso psiquismo. A criança é, então, programada não por ideias lógicas, mas por emoções vividas em um tempo em que ela ainda não sabia explicar o que estava sentindo.
À medida que crescemos, essas emoções não desaparecem. Pelo contrário, tornam-se a base de nossas reações automáticas. Criamos mecanismos inconscientes para proteger nossa vulnerabilidade. Passamos a usar máscaras sociais para sermos aceitos. Desenvolvemos sabotadores internos para justificar aquilo que não conseguimos compreender. E vamos, pouco a pouco, nos afastando da nossa essência verdadeira.

As nossas emoções moldam a percepção que criamos de nós mesmos.
O Caminho da Reprogramação e da Cura
Reconhecer que somos uma programação mental não significa aceitar um destino imutável. Pelo contrário: é justamente esse reconhecimento que nos abre a possibilidade de transformação. Se fomos programados por emoções, também podemos ser reprogramados por novas experiências emocionais e novas interpretações conscientes.
O processo de cura da criança interior passa, necessariamente, pela revisita a essas memórias iniciais. Mas não para revivê-las com dor, e sim para compreendê-las com maturidade. Ao olhar para o passado com consciência, podemos questionar aquelas verdades emocionais que nos marcaram e dar um novo significado às experiências que nos feriram.
A neuroplasticidade nos mostra que o cérebro tem a capacidade de se reorganizar ao longo da vida. Emoções novas, repetidas com intenção e consciência, podem criar novos caminhos neurais. Assim, pouco a pouco, vamos substituindo antigos registros de dor por novas vivências de acolhimento, segurança e amor.
Cada passo em direção à cura é um ato de liberdade. Quando entendemos que nossos comportamentos não são falhas de caráter, mas respostas programadas à dor, podemos parar de nos punir e começar a nos acolher. Reprogramar-se é um caminho de reconexão com a verdade essencial de quem somos: seres dignos de amor, pertencimento e paz.

Curar é acolher a nossa criança interior.
Conclusão
Somos o resultado de uma programação emocional iniciada na infância, mas não estamos condenados a ela. Ao tomarmos consciência das nossas crenças e emoções inconscientes, abrimos a porta para uma vida mais leve, autêntica e alinhada com quem realmente somos. A criança que fomos ainda vive em nós. E é justamente ao escutá-la com carinho e maturidade que iniciamos o processo de cura e transformação.
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