Como as Emoções na Primeira Infância Moldam Quem Somos

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Você já se perguntou por que reage de determinada maneira diante de certas situações, mesmo quando racionalmente sabe que não deveria? Ou por que, por mais que leia livros e busque autoconhecimento, algumas inseguranças continuam ali, latentes? A resposta para isso pode estar muito antes da fase adulta, pode estar na sua primeira infância.

É nesse período, que vai da concepção até os sete anos, que a base da nossa identidade emocional é construída. Somos emoção pura. Ainda não temos o pensamento lógico desenvolvido, muito menos o senso crítico. Não sabemos interpretar o que nos acontece, tampouco questionar se aquilo é justo, certo ou verdadeiro. Apenas sentimos. E tudo o que sentimos fica registrado de maneira intensa, formando uma espécie de alicerce invisível do nosso “eu”.

Essas vivências emocionais, ainda que pareçam esquecidas, moldam profundamente a forma como nos vemos, como nos tratamos e como nos relacionamos com os outros e com o mundo. É por isso que tantos adultos se veem presos em padrões repetitivos de medo, insegurança ou rejeição — não porque escolheram isso conscientemente, mas porque absorveram esses sentimentos na infância como “verdades” absolutas.

Compreender esse processo é fundamental para quem deseja trilhar um caminho de autoconhecimento verdadeiro. Não se trata apenas de entender o passado, mas de aprender a olhar para dentro com mais compaixão, buscando ressignificar as raízes emocionais que ainda influenciam a sua vida.

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Infância: fase de descobertas e curiosidade

Somos moldados pelo que sentimos antes mesmo de entender o que vivemos.

Na primeira infância, não somos racionais, somos emocionais. Tudo o que sentimos, vivemos como verdade absoluta. Se fomos ignorados, entendemos que não somos importantes. Se fomos rejeitados, sentimos que não somos dignos de amor. Não temos ainda o recurso interno de pensar: “meus pais estavam cansados”, ou “isso não é culpa minha”. Não. Simplesmente absorvemos a dor e guardamos.

É importante entender que, nesse período, o cérebro da criança está em intenso desenvolvimento. O sistema límbico — responsável pelas emoções — está altamente ativo, enquanto o córtex pré-frontal — responsável pela lógica e análise — ainda está imaturo. Isso significa que vivemos tudo de maneira intensa, sem filtro. E mais: o que sentimos com intensidade se transforma em registro emocional permanente, influenciando diretamente o que acreditamos ser verdade sobre nós mesmos.

Esses registros, chamados de memórias emocionais, não são lembrados com palavras, mas sim com sensações: um medo que não sabemos de onde vem, uma tristeza sem motivo aparente, uma insegurança que não faz sentido racional. Mas todas essas sensações têm raízes, e a maioria está nessa fase onde tudo foi sentido e nada foi compreendido.

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Infância: fase da transformação.

Entender o passado é o primeiro passo para mudar o presente.

Muitas pessoas buscam se desenvolver emocionalmente apenas com a razão. Leem, estudam, participam de grupos de crescimento pessoal. Tudo isso é valioso. No entanto, se a raiz emocional não for tocada, a transformação será sempre superficial. Isso acontece porque boa parte das dores que carregamos não são conscientes — estão guardadas nas camadas mais profundas da nossa psique, formadas ainda na infância.

Reconhecer que fomos modelados por sentimentos que não compreendíamos é o início da cura. Não se trata de culpar nossos pais ou as pessoas que estiveram ao nosso redor, mas de entender que todos estávamos — e estamos — num processo. Quando nos damos conta de que carregamos em nós dores antigas que não são mais necessárias, começamos a nos libertar.

E como fazemos isso? O primeiro passo é olhar para dentro com verdade. Sentir, escutar, perceber os padrões que repetimos. O segundo passo é acolher. Em vez de julgar as emoções, acolhê-las. A criança que você foi não sabia se proteger — mas o adulto que você é hoje pode aprender a cuidar dessa criança interior. E por fim, com paciência e amor, permitir que novos significados sejam construídos. A história não pode ser mudada, mas a forma como você a interpreta, sim.

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A infância é uma fase que exige cuidado e proteção.

Conclusão:

Somos, em grande parte, resultado daquilo que sentimos na infância. O que nos modelou não foram apenas palavras ou ensinamentos, mas sobretudo emoções. Emoções que, por não serem compreendidas, se tornaram crenças. E crenças que, mesmo inconscientes, comandam nossas ações e reações até hoje.

A boa notícia é que não estamos condenados a permanecer assim. Quando começamos a reconhecer o impacto dessas emoções em nossa identidade, abrimos espaço para a transformação real. Ressignificar essas experiências, acolher nossas partes feridas e reeducar o nosso olhar interno é um trabalho profundo — mas possível. E vale a pena. Porque quanto mais nos conhecemos, mais livres nos tornamos.

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